Amor,
Sei que meras palavras não servirão necessariamente como
lenitivo neste momento em que, certamente, estarás
sentindo mágoa de mim e, quiçá, desejarias nem ter me
conhecido.
Errei.
Errei, sim,
como pode errar um ser humano fragilizado pelas
contingências da vida...
Errei e
peço perdão, vida minha.
Se o
transtorno do arrependimento não é suficiente para
quitar meu débito, imagina o quanto mais não estou sendo
penalizado ante esse teu olhar magoado – o qual, espero
e queira Deus, não venha a se transformar em
indiferença. Antes me olhes com mágoa do que com
indiferença... pois se a ira – a raiva – ainda significa
algum tipo de sentimento, a indiferença consiste na
lápide tumular dos corações humanos...
Errei e
peço perdão...
Sabendo o
quanto és nobre, o quanto de pureza e altruísmo tens na
alma, minha esperança renasce, pois perdoar é um dom de
nobreza espiritual.
Tenho
consciência de os erros podem gerar uma crise, mas é nas
crises que o espírito se fortifica... é num momento de
crise que a gente mais tem a oportunidade de crescimento
interior, de fortalecimento moral, produto do sofrimento
e da reflexão...
Se minhas
palavras são fúteis e vãs, insuficientes para reparar
meu mal ou para justificar meu arrependimento, nesta
hora de aflição, parafraseando os poetas, lembra-te de
que...
“perdão foi
feito pra gente pedir” e...
“eu te suplico
não destruas tantas coisas que são tuas por um mal que
já paguei...”
O
amor tudo vence... e o mal que te causei não pode ser
maior que nosso amor!
Superemos esta
fase nefasta, amor de minha vida!
Olhemos
para a frente, para o nosso amanhã... um novo dia
surgirá, pleno de luz, uma luz fulgente que haverá de
reacender a confiança em nossos corações.
Beijo-te como te amo,
Infinitamente.
“EU”
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Oriza |