Hora
mágica
Oriza Martins
Quando cai a tarde em meu pequeno
mundo,
fico a
observar os vultos humanos que passam por mim:
homens,
mulheres, crianças, muitos solitários,
outros,
de mãos dadas,
envoltos
numa aura dourada ,
(reflexos
da luz crepuscular),
caminhando
firmemente
em direção
do amanhã...
Indiferente
a meus pensamentos,
a tarde
se despede...
E os derradeiros
e purpúreos raios de sol
despedem-se
também, em mágicas vibrações,
dando lugar
a precoces e prateados pontinhos estelares
que despontam
no infinito azul-marinho,
piscando...
piscando...
piscando...
piscando
um imenso porvir de sonhos,
de alento
e desalento,
de encantos
e desencantos,
de realizações
e de frustrações,
lembrando-nos
que a vida se move em ciclos
de fazer
e desfazer,
que sentimentos
arrefecem,
que ardentes
paixões esfriam,
que toda
glória é efêmera...
E os pontinhos
prateados continuam piscando...
piscando...
piscando...
mas,
sobretudo, piscando intensamente
o renascer
da esperança – que esse, sim,
é
duradouro... é eterno,
em todos
os corações humanos...
Oriza
Martins
|