Das árvores as derradeiras folhas
amarelas, ressequidas,
caem lentamente
ao sopro do vento outonal.
No solo que lhes deu vida
tecem um tapete floral,
à espera do sonho
que um dia virá,
depois que o inverno
o lençol levantar
e a primavera de novo voltar.
Em mim o outono
é bem mais cruel,
deixando impiedoso
as marcas profundas
de sonhos desfeitos
de amores sofridos
da vida vivida
no seu dia a dia.
E se o inverno acaso chegar
do que fui nada mais vai restar,
que a primavera perdida no tempo
nunca mais, nunca mais,
há de voltar.